O Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Conselhão), por meio de seu grupo de trabalho dedicado ao crédito, está propondo ao presidente Lula a criação de uma Tabela Fipe para o mercado imobiliário brasileiro. A ideia é unificar a base de dados de transações imobiliárias, tornando essas informações públicas e sistemáticas, para agilizar e tornar mais eficiente o processo de compra e venda de imóveis no país.
Atualmente, o Brasil não possui uma base unificada de informações sobre transações imobiliárias, o que dificulta a transparência e a eficiência do mercado. Em comparação, nos Estados Unidos, onde os dados são coletados e divulgados regularmente, a venda de um imóvel leva em média 75 dias para ser concretizada. No Brasil, esse processo pode demorar cerca de 480 dias, quase sete vezes mais.
A proposta do Conselhão é que o mercado imobiliário brasileiro tenha sua própria Tabela Fipe, semelhante à que já é utilizada no mercado automobilístico. Essa tabela utilizaria dados públicos de transações imobiliárias, permitindo que o mercado se guiasse por informações precisas e atualizadas, facilitando tanto a vida dos vendedores quanto dos compradores.
Um documento da startup Loft, utilizado como argumentação pelo grupo de trabalho de crédito do Conselhão, aponta que as informações transacionais já estão disponíveis nos cartórios, mas são descentralizadas e têm um custo elevado para acesso em larga escala. Qualquer pessoa pode acessar esses dados online de forma individual, mas obter um acesso estruturado e abrangente, essencial para estudos e investimentos, é inviável no modelo atual.
A criação de uma Tabela Fipe para o mercado imobiliário, portanto, resolveria esses problemas de descentralização e custo, proporcionando um mercado mais transparente e eficiente. Com a divulgação sistemática das informações sobre transações imobiliárias, espera-se que o tempo médio de venda de imóveis no Brasil diminua significativamente, aproximando-se dos padrões observados em países como os Estados Unidos.
